sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

E por falar em Palmada.


O assunto palmada vem sendo discutido, debatido e avaliado nos últimos tempos. Uns dizem que sim, outros dizem que não. Vou falar um pouco de mim, sim, já dei  palmadas na minha filha. Não sei quantas vezes, não contei e nem vou contar. Dei quando foi necessário, depois de esgotar todas as negociações entre mãe e filha, depois de pedir uma, duas, três vezes e pôr no castigo...

Costumo chamar de "estalo" para a vida (risos) o que uns chamam de "palmada pedagógica"... Minha filha é uma criança muito ativa e destemida, até demais! Moramos em uma casa de campo, ela sempre teve muito espaço e quem a conhece sabe bem do que estou a falar, a Duda é aventureira, adora adrenalina e só tem 4 anos! Ela corre se espatifa pelo chão e não chora, fica zangada quando se machuca e faz força para não chorar...digamos ela é dura na queda! Anda de moto com o pai e pede para ele acelerar mais... desce na ladeira de triciclo desde o primeiro ano e acha o máximo... brinca com os cachorros (pastor alemão, boxer e pastor belga) como se fossem bonecos... a palavra medo para ela não põe medo.

Por ser uma criança destemida e ativa muitas vezes consegue me tirar do sério! Claro que ela tenta medir forças comigo e me desafia diariamente, a parte boa é que geralmente conseguimos nos entender. Educar é uma tarefa árdua e é feita diariamente a todo momento e em todo lado.

Não sou a favor e nem contra a palmada, entendo é que passamos do 80 para o 8, em tempos era demais e agora virou caso de justiça. Sou absolutamente contra violência e abuso físico ou verbal. Como a Cristine referiu, no texto A Palmada, não se mede a intensidade de uma palmada, sim realmente isto é impossível! Mas a finalidade sim, bater sem motivo, ou por qualquer coisa que a criança faça de errado também não se aplica. A linha entre a violência e a assertividade é ténue...nessas horas que entra o nosso amigo bom senso. Daí eu chamar de estalo, faz mais barulho que propriamente dor.

A minha experiência com crianças com mau comportamento me fez repensar e muito sobre o assunto. Muitas vezes diante de um menino mal-educado, até pensava "têm pais que mereciam levar umas palmadas" (risos) por serem tão permissivos! Volto a expressão que rapidamente passamos do 8 para o 80... de um regime familiar autoritário para o permissivo...onde a meninada praticamente manda nos pais. Pais confusos, com medo de errar, com medo que o filho o deixe de amar se falar mais alto...com medo de traumatizar a criança...qual será o futuro de uma criança que acha que tudo é lindo?

Eu amo minha filha, demonstro amor, carinho, cuido, acompanho sua educação, oriento, dito regras... faço tudo isso e um pouquinho mais, uma palmada no momento "certo" não me torna uma mãe má! Não me orgulho de o fazer e ultimamente não tem sido necessário... isso sim, é motivo de orgulho. Continuo a explicar e negociar uma, duas e três vezes e quando chego ao ..."Vai ser preciso uma palmada minha filha?" ... Ela já desiste... (risos). Também tem os dias que reconheço que errei, também falho e peço desculpas a ela. Só queria que os pais entendessem que a palavra culpa não se aplica nesses casos.

O mundo não é beeem cor-de-rosa, a vida não é fácil...quando crescemos as pessoas não falam sempre baixinho e com calma, os nossos chefes nem sempre são bonzinhos, as pessoas não estão sempre de bom-humor e muita vezes escutamos o que não queremos, bem como fazemos o que não gostamos, por isso...

As crianças precisam entender que não podem fazer tudo, que é preciso ter regras e disciplina... juntamente com o amor, apoio, carinho e compreensão dos pais. Entender e aceitar o "NÃO". Se for possível ser feito sem palmada, melhor ainda! Aprender a lidar com as frustrações é um grande desafio para elas, por isso que não é difícil ver crianças berrando e esperneando no chão quando não conseguem algo. E voltamos ao texto da Cristine, Punir, só, não resolve.

O papel dos pais de educadores é diário. Um desafio diário! 

Saudações de terras lusas...

Taciana Ferreira










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